quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Susana Gaudêncio - Comentário às conclusões das mesas redondas


Apresentação e síntese das conclusões das mesas redondas Stella Barbieri, Maria Vlachou e ReCoSE  
(Susana Gaudêncio)

Errar é humano, poderíamos afirmar que uma das diferenças entre o Homem e a máquina é a nossa capacidade de tornar o erro produtivo, uma máquina que erra torna-se obsoleta, a capacidade de transformar essa obsolescencia numa coisa útil pertence à criatividade humana.
A utopia é o erro do sistema. O erro produtivo enquanto lugar possível para o impulso utópico – pode levar-nos a uma nova solução, à esperança e desejo de construir um mundo novo, ou diferente.

ERRO:
Falha ou falta da comunicação.
Proposição que fica no vazio.
O contrário daquilo que cada um determina como certo.
Erros pragmáticos, do dia a dia.
Erros sociais.
Erros conscientes e erros inconscientes.

Estas mesas redondas funcionaram não só como um carpir colectivo sobre a lesão, a culpa, o julgamento, a vergonha, a sentença e a negação, inerentes ao erro, mas principalmente  representaram uma oportunidade de reflexão sobre o efeito positivo do erro. Ficou claro que:
“O erro é o principio de muitos grandes sucesso” Maria Vlachou
O erro relaciona-se com o processo mais do que com o sucesso. É uma das suas varáveis.
Podemos identificar erros processuais, erros sistemáticos e erro de avaliação.
Há erros que somos obrigados a cometer. O erro possibilita-nos a distância para
para avaliar melhor o que estávamos a fazer. Aprendemos, ganhamos experiência.
Como detectar o erro quando estamos sozinhos? Qual a nossa capacidade de julgamento em solidão, estaremos mais protegidos do  erro, do que quando em público ou em equipa,? Que sistema nos julga?
Como assumir o erro, e desviar essa tensão? Relativizemos o erro mantendo uma distância objectiva e sem culpa procurar a solução.



Como “ Errar Produtivamente”? Maria Vlachou
Há que perder o medo de identificar e de assumir o erro. Apesar da concorrência, apesar das chefias impacientes.
Como se cria o espaço para a ocorrência do erro produtivo, que é inesperado e por vezes surpreendente? Há que prever o erro, há que arriscar com cautela, há a necessidade de ousadia como catalisadora da transformação.
Preparemos-nos com uma base sólida de conhecimento para improvisar no erro.
Inventemos um “Sistema de erros ”  Stella Barbieri
Sugestão de exercício: Realize o seu curriculum vitae registando os seus erros em vez dos seus sucessos.

  Um sistema de erros é um sistema de fragmentação, que pode proporcionar a ruptura, a inquietação, a viagem do conhecimento.

A Errância”  Stela Barbieri
Na viagem para o conhecimento erra-se e é-se errante, Joseph Campbell diz-nos que ao contrario da jornada errante, a jornada do herói é sem erros, faz parte do Mito e não da Vida.
O erro faz parte da vida e proporciona momentos de deriva,
Sugestão de exercício á luz dos situacionistas: Passear em Paris com uma mapa de Lisboa!
O erro produtivo depende de nós, forma-nos a vida, ensina-nos, provoca desvios criativos ao status quo social, cultural, politico. Prepara-nos para o impulso utópico e dá-nos esperança.

O tema desta Mesa, que não se realizou, prendia-se com a Utilidade de uma rede de colaboradores de serviços educativos no contexto das redes sociais no espaço cibernético.
As suas moderadoras, Susana Alves e Diana Ramalho, encontraram neste Erro uma oportunidade para reflectir com uma audiência maior, através de uma actividade que demonstrou metaforicamente a importância da partilha, do encontro, da rede de interesses desta comunidade. Com dois novelos de lâ, criámos uma teia de pessoas e palavras, mimetizando a actuação brilhante da ReCoSE.
Obrigada a todas!

Susana Gaudêncio

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