Em 2010, a Caixa Geral de Depósitos deu início à concretização do compromisso Caixa Carbono Zero, compensando as emissões de gases com efeito de estufa associadas, entre outros, à Fundação Caixa Geral de Depósitos – Culturgest, que desde 1993 gere os espaços culturais do Edifício Sede da CGD.
O Programa Caixa Carbono Zero é um projecto estratégico, transversal a toda a actividade do Banco e assumido ao mais alto nível da gestão, assente em cinco vectores de actuação: Informar, Reduzir, Compensar, Desenvolver novos negócios e Comunicar.
A CGD foi a primeira instituição financeira portuguesa a aderir ao Carbon Disclosure Project (CDP), uma organização não-governamental que se apresenta como a referência na divulgação de informação sobre estratégias empresariais de resposta às alterações climáticas e que detém a maior base de dados mundial de emissões de carbono de empresas.
No universo Culturgest foi desenvolvido um conjunto alargado de acções: inventariação das emissões de carbono associadas ao consumo de energia, tratamento dos resíduos produzidos nas instalações, implementação de medidas de eficiência energética para redução das emissões de carbono.
Desde 2008, as emissões de carbono da Culturgest têm decrescido progressivamente – cerca de 35%, também devido a factores naturais de produção de energia favoráveis. Novas medidas como a utilização de lâmpadas com maior eficiência energética, a instalação de sensores de presença em zonas de passagem e armazéns / arrumos e a alteração do sistema de iluminação cénica do auditório continuarão a contribuir para a redução dos consumos de energia. Estas medidas permitem diminuir em cerca de 16.500 kWh / ano o consumo de electricidade, o equivalente ao consumo médio de cinco habitações, durante o mesmo período.
Tem existido também uma forte aposta na utilização de energias renováveis como é o caso da Central Solar Térmica instalada no topo do Edifício. Esta Central permite uma poupança de mais de 1 milhão de kWh de electricidade por ano, o equivalente a cerca de 1 kg de CO2e por cada minuto de funcionamento.
Estas e outras medidas resultaram na atribuição de um Certificado de Desempenho Energético e de Qualidade do Ar Interior A+ a este edifício e na obtenção do Prémio EDP – Energia Eléctrica e Ambiente, uma iniciativa que distingue as empresas que demonstram ter conseguido optimizar a eficiência da energia eléctrica no respeito pelos valores do ambiente.
A preocupação com um consumo mais eficiente é transversal ao recurso água. Foi implementado um conjunto de medidas, das quais se podem destacar a instalação de redutores de caudal em mais de 600 torneiras do edifício e de equipamentos de lavagem de loiça que permitem a reciclagem de água na cantina. A redução de consumo, apenas no primeiro semestre de 2010, foi de 9.000m3 (9.000.000 litros). A gestão correcta dos resíduos constitui mais um objectivo para a Culturgest. Sempre que possível, estes são devidamente encaminhados para soluções de valorização. Aliás, a gestão de resíduos dos espaços Culturgest é, na sua maioria, partilhada com o sistema de gestão global do edifício, cuja taxa de reciclagem se situa acima dos 90%. Assim, não só se garante a sua transformação em novos produtos, como se evita a emissão de mais de 470 toneladas de carbono por ano, associadas ao seu encaminhamento para incineração ou aterro.
Estas iniciativas não são, por si só, suficientes para evitar por completo as emissões de carbono associadas à utilização destes espaços. A Culturgest compensa as emissões que não consegue evitar através da aquisição de créditos de carbono provenientes de um projecto tecnológico localizado no Brasil.
Este projecto consiste na instalação de um sistema de co-geração que utiliza resíduos de biomassa como combustível, permitindo substituir as caldeiras a fuelóleo anteriormente utilizadas e reduzir o consumo de electricidade da rede, gerando uma redução das emissões de CO2 associadas ao funcionamento da instalação. O projecto cumpre os requisitos Voluntary Carbon Standard (VCS). No total serão compensadas cerca de 739 toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) relativas ao ano de 2010.